quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Futebol de primeiro mundo

O Brasileirão 2009 deu aos amantes do futebol, e também, aos profissionais de imprensa e da bola, uma verdadeira lição este ano. Se fizermos um balanço de tudo que aconteceu, vamos notar que o país do futebol precisa, e muito, deixar de produzir apenas bons jogadores e preparar bons administradores. Melhorar a qualidade da nossa arbitragem. Educar melhor nossos torcedores. Punir com o esquecimento os cartolas que ainda deixam de lado o clube e só lutam por poder.

Não falta muito. Talvez, apenas acreditar que é possível. Grandes nomes do futebol brasileiro estão voltando do exterior. Ronaldo, Adriano, Marcelinho Paraiba, Ricardinho... Ok. Voltaram porque o futebol no exterior não permite a má conduta, a falta de preparo físico e a idade avançada. E não permite porque o futebol fora daqui é tocado por administradores e marketeiros que querem ver resultados. Que querem casa cheia o ano todo.

Um grande amigo de imprensa resume o futebol brasileiro numa frase fantástica: “é difícil torcer para time pequeno”. Ele tem toda razão. Pegamos o exemplo do centenário Coritiba (o Coxa). Campeão Brasileiro em 1985. Um time com estádio próprio e com uma torcida que proporciona o espetáculo da última rodada, o green hell (inferno verde). 25 mil torcedores apoiando o time contra o Atlético Minieiro que ainda lutava pelo título, mas não suportou a pressão da torcida. O Atlético Paranaense, campeão brasileiro de 2001 numa brilhante campanha de marketing e um perfeito campeonato. O clube pioneiro no conceito de estádio moderno no Brasil. Vai sediar partidas da Copa do Mundo de 2014. Os times não tem força política e tão pouco dinheiro para suportar uma temporada tão longa. O que se vê são brigas internas de cartolas e pouco se faz para que os times lutem por títulos.

Por outro lado, todo ano vemos, pelo menos um time pequeno mostrando que é possível conquistar um título, uma vaga na libertadores. Em 1985, o coxa conseguiu. Em 2001 o Furacão. Este ano tivemos a brilhante atuação do Avaí. Já tivemos na luta pelo título o São Caetano, o Goiás, os times do norte e nordeste do Brasil, que dão show em termos de superação e público.

Faltam políticas de equilíbrio no futebol brasileiro. Todo mundo sairá ganhando se o campeonato for competitivo para todos os 20 times da série A .Vamos acabar com a cartolagem. Vamos acabar com os erros maldosos da arbitragem. Com a violência das torcidas organizadas e, principalmente, com o conceito de favoritismo de todo time de marca contra os pequenos de sem etiquetas. Viva o melhor e mais mal adminsitrado futebol do mundo.

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