sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vagas para diversos cargos, sem experiência, sem escolaridade. ÓTIMOS SALÁRIOS!

Estamos de volta. Peço desculpas aos amigos frequentadores da casa que, por vezes, dão o ar da graça e nada encontram de novo. Pois é, ninguém me tira da cabeça que o os dias estão, sim, passando mais rápido e, quando vemos, meses se foram e nenhum texto foi pro papel. Não que me falte assunto para "babosear" aqui na casa. Pelo contrário, o comportamento humano, prato principal desse humilde lar, diariamente traz coisas e fatos interessantíssimos. Notórios, desconhecidos, eu mesmo. Todos acabam por passar aqui vez ou outra. Basta fazer algo que mereça ser destacado, ou enxovalhado.

E por falar em enxovalhos, eu passei o carnaval ensaiando uma marchinha de volta a casa, e o tema, claro, a prisão do governador do Distrito Federal, o José Roberto que mesmo com arruda no nome, não escapou do olho gordo e cego da justiça. Justiça, aliás, que só o prendeu por que ele atrapalhou o andamento das investigações, não pela roubalheira explicita que acompanhamos. Até por que, corrupção no Brasil não é crime, é apenas notícia. Mas quando eu estava finalizando a marchinha pós-carnaval que receberia o título de “luz no fim do túnel”, eu me deparei com uma lista de cargos e salários do Tribunal de Justiça do Paraná, divulgada num jornal da capital deste estado. A lista tem tantos zeros que taparam o túnel, e lá se foi a luz.

Imaginem vocês, milionários cidadãos, - sim, pois são vocês que pagam essa coisa toda – que os menores salários desta instituição são de míseros R$ 4,7 mil, que são pagos para os colegas jornalistas que atuam na assessoria de imprensa do TJ. Subindo um pouco na escala hierárquica de proventos, o pessoal da limpeza, que outro dia foi citado pelo apresentador da Band, Bóris Casoi, como sendo o mais baixo escalão da cadeia profissional, aqui no TJ do Paraná recebem apenas R$ 5 mil por mês. Mais a frente vem aqueles que tem uma função de suma importância e que, se faltassem ao serviço, nenhum outro funcionário poderia exercer sua função. Eles são os ascensoristas de elevadores e ganham pouco mais de R$ 6 mil. Já pensou se todos os funcionários da casa tivessem que apertar um botão para subir os quatro ou cinco andares do prédio, vai ser uma confusão danada até eleger um dos dez dedos das mãos para apertar o tal botãozinho que, por acaso, leva o número do destino desejado. Adiante vem o pessoal dos carros. Mecânicos e motoristas que recebem mensalmente próximo de R$ 10 mil. Daí pra cima você pode imaginar o quão bem investido está o seu fácil dinheirinho meu nobre e abastado cidadão. São telefonistas de R$ 13 mil, economistas de R$ 20 mil, juízes e desembargadores de R$ 30 mil, oficiais de justiça de irrisórios R$ 60 mil e um tal de escrivão cível que recebe a bagatela de R$ 100 mil a cada mês que se inicia.

Eu fico imaginando o que pensa de mim a famigerada Receita Federal, quando nota que eu pago tão bem assim meus funcionários. Me admira eles ainda não terem me chamado para explicar de onde vem tanto dinheiro. Logo a receita que é sempre tão rígida com os cidadãos. Eu não saberia explicar ao leão por que a minha renda anual é tão baixa e, mesmo assim, eu pago tão bem aos meus colaboradores. Na dúvida, vou apelar para o reconhecimento. Se me questionarem eu direi que pago bem todas essas pessoas que trabalham no Tribunal de Justiça da minha empresa estado, pelo simples fato de que acredito no trabalho da JUSTIÇA.