quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Este texto não é sobre o carnaval

Confesso que eu tentei. Com todas as minhas forças, eu tentei não comentar, tão pouco escrever sobre o carnaval. Porém, após alguns e-mails e pedidos pessoais eu me rendi ao tema. Não que tenha algo contra o carnaval, pelo contrário, também já me vesti de sheik ou de homem da caverna. Só estava tentando fugir dos clichês que assombram as crônicas das mídias pós-festas.

Então vamos ao carnaval, mas vou tentar escrever apenas sobre o ponto de vista da evolução e do entendimento do comportamento dos foliões.

Dos anos 20 até os anos 50 o carnaval fez jus à proposta de comportamento individual e coletivo. Os foliões se esbaldavam numa espécie de alegria guardada ao longo de todo um ano. As fantasias faziam apologias a algo espetaculoso, figuras mitológicas, heróicas, tiradas de quadrinhos e, mesmo os trajes sensuais, tinham sim um propósito fantasioso.

Ok! Como homem - e com um comportamento igual ao da grande maioria dos homens - gosto de ver a “sensualidade” feminina do carnaval. Principalmente em se tratando de Brasil onde as mulheres são impressionantemente lindas. Porém, como sou um curioso por comportamento humano, fico tentando entender qual a relação das enormes plumas penduradas em fantasias de bojos e calcinhas tão minúsculos. Talvez eu esteja enganado sobre as composições das indumentárias carnavalescas. Talvez sejam dois trajes para cada pessoa, um para mostrar as belezas “naturais” (?) e outro para fazer de conta que é fantasia de carnaval.
Mas porque eu estou citando apenas o comportamento feminino no carnaval ? Trata-se de uma festa de alegria para ambos! Talvez essa festa tenha se transformado mesmo num grande show. No palco, corpos nus sem um propósito específico. Na platéia, bocas babando com um propósito inatingível. Uma vez um amigo grosso do interior do Rio Grande do Sul me disse uma frase que talvez explique todo esse comportamento. “Mulher é igual ao Brasil, não tem que entender, só tem que amar”.

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