sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Do tacape... ao tacape

Há muito tempo uma pergunta não me sai da cabeça. Já respondi essa questão a mim mesmo inúmeras vezes. Porém, já voltei atrás nas respostas outras tantas vezes. Chegamos ao século vinte e um da era moderna repletos de orgulho com tantas conquistas. Porém, Evoluímos? Sim ou Não? Tenha muita calma antes de afirmar com a boca cheia: Claro que sim! A minha dúvida se refere à evolução do comportamento humano, não das coisas que criamos.

Talvez um gênio mais atento tenha descoberto uma coisa chamada eletricidade e, a partir daí, centenas de pseudo-gênios evoluíram essa coisa. Mas, e quanto a nós? Evoluímos nosso comportamento fazendo jus às genialidades da tecnologia?

Vamos a um exemplo prático: qual é o comportamento típico da maioria das pessoas quando algum equipamento tecnológico apresenta uma falha repentina? Não seria o famoso “tapinha”?

Não quero sugerir que todos deveríamos ser gênios ou cientistas da tecnologia para consertar ou inventar os próprios equipamentos com uma chave de fenda e uma combinação binária. Quero sugerir que nosso comportamento está muito mais próximo da barbárie do que da matrix. Se cada consumidor, ao comprar um equipamento eletrônico, recebesse também um tacape, as fábricas não precisariam oferecer nenhuma garantia.

Provoco, então, a refletirmos que nós, humanos, evoluímos pouco. Apenas nos adaptamos ao uso das coisas. Aliás, nos adaptamos com dificuldade e certa resistência. Quantas funções do seu celular de última geração você utiliza, e com que freqüência?

Mesmo estes poucos gênios contemporâneos não evoluem seus comportamentos na mesma velocidade que as suas idéias e feitos.

Quando discutia este pensamento com um amigo, o publicitário Marcelo Rech, ele me escutou com paciência e, ao final, resumiu todo o enredo com uma única frase: “as idéias são analógicas”. Achei ótimo o parecer dele, principalmente pelo fato de ter vindo de um publicitário de internet.

Evoluímos? Sim ou Não? Antes que você responda, eu vou apagar a luz e dormir. Ah! Mas vou acionar o interruptor, pois se eu bater palmas para apagar as luzes meu vizinho poderá se irritar e me agredir com o seu tacape.

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