sábado, 9 de maio de 2009

Deputado: um risco eminente

O que levaria o deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, eleito aos 24 anos de idade, com quase 50 mil votos, a dirigir seu carro, um Passat alemão novíssimo, a 190 km/h, numa importante rua de Curitiba, na madrugada de uma quarta-feira qualquer? Muito me admiraria se o precoce deputado estivesse a caminho de atender um chamado de um dos seus milhares de eleitores. Mas isso, eu duvido.

O problema é que, independente do que ele iria fazer, a sua imprudência causou duas mortes. Duas pessoas que, juntas, não somavam 50 anos. Duas pessoas que ajudaram o deputado a comprar o seu Passat alemão. A velocidade do carro do deputado era tão absurda, que testemunhas afirmam ter visto o carro dele sair do chão e atingir o Honda Fit pelo teto, decapitando um dos jovens que estavam no outro carro.

Como se não bastasse nossos ilustríssimos parlamentares farrearem as nossas custas pelo mundo com seus familiares, amantes, prostitutas e sei lá mais o quê. Não bastasse nos deixar a mercê da insegurança, da falta de saúde, do abandono à educação, das péssimas condições das poucas estradas ainda sem a cobrança do pedágio e dos altos valores cobrados nas rodovias pedagiadas. Como se não bastasse tudo isso e mais outros tantos absurdos que eles nos esfregam na cara diariamente, agora vão matar descaradamente os cidadãos por irresponsabilidade no trânsito?

Os oitos air bags do carro importado do deputado, até o momento, o mantém vivo em estado grave no hospital. Talvez, esse assessório de proteção que a grande maioria dos eleitores dele não possui, o salvem dessa grande “M” que ele fez. Depois, deverá vir um outro assessório de proteção de deputados para protegê-lo da responsabilidade das mortes causadas. Um assessório chamado coleguismo. Vai aparecer um outro deputado qualquer dizendo que a “imprensa não tem moral para falar”, que “está pouco se lixando para o for noticiado, pois no fim eles se reelegem de qualquer jeito”. Gostaria de ver a coragem de um deputado desses para dizer isso na cara dos pais, irmãos e amigos destes dois jovens literalmente assassinados.

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