quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O Lula tem meu telefone

Quando eu penso que já vi e ouvi tudo em relação a política, logo percebo que as maiores atrocidades ainda estão por vir. Em período eleitoral então, chega a ser um abuso, ultrapassando o limite até mesmo dos mais pacientes. Tudo bem, isso não é nenhuma novidade. Todo o pleito eleitoral é a mesma coisa. Um bando de desesperados querendo se dar bem na carreira política à custa dos cofres públicos. A maioria dos candidatos sequer consegue terminar uma única frase sem assassinar a língua portuguesa.

Se não bastasse esse bando de ignorantes que invadem a nossa casa, carro, escritório, nossa vida, eis que eu recebo uma ligação no meio do dia, na minha mesa de trabalho, numa sexta-feira daquelas, e quem estava do outro lado da linha? Ninguém menos do que o presidente da república. Sim, o próprio Luiz Inácio LULA da Silva. Num primeiro momento eu quase tive um “treco” de emoção. Depois, eu tive um “treco”, de raiva.

_”Olá, aqui é o presidente Lula. Gostaria de falar com você que ainda não se decidiu em quem votar pra prefeito em Curitiba. Devo lhe afirmar que a Gleice é a melhor opção para esta cidade. A Gleice conhece os problema [s] e as soluçõe [s] para Curitiba... bla bla bla bla... Portanto, no dia 5 de outubro, vote na Gleice”.

Ora senhor presidente. Se o senhor está com tempo sobrando, ou não sabe o que fazer do cargo pelo qual foi eleito por milhares de brasileiros, eu posso listar algumas das atividades que eu, cidadão e eleitor brasileiro, gostaria que senhor fizesse. Aliás, eu posso listar milhares.

Estamos em meio a uma crise de extrema atenção no mercado financeiro internacional. Vivemos um momento crítico na política sul-americana. Isso sem citar os inúmeros problemas aqui mesmo no Brasil. Denúncias contra um grande número de parlamentares, juízes, delegados, senadores e outras criaturas as quais eu me obrigo a tolerar pelo descaso da maioria dos eleitores brasileiros. Com tudo isso, o senhor ainda tem tempo para me ligar, e a cara-de-pau de me dizer que conhece mais do que eu os problemas da minha cidade, e ainda ousa em me dizer em quem eu devo votar?
Ao final da ligação, mesmo sendo uma gravação, eu fui obrigado a gritar em alto e bom tom a frase célebre de um grande amigo, gaúcho de Bento Gonçalves: _ “Presidente, vai tomar um passe tchê”.

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