segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Temporada de caça

Está aberta a temporada de caça ao tesouro público. Como em todas as eleições, quando o TRE autoriza a propaganda polítco-partidária, os caçadores de tesouros lutam com todas as suas forças pelo pote de ouro no fim das eleições. Claro, alguns lutam com carabinas automáticas e outros com estilingues, mas podem acreditar que todos lutam muito para terem a sua fatia do dinheiro alheio.

O jogo político sempre me intrigou muito. Desde os tempos remotos o homem luta por uma posição de poder. No início era apenas para alimentar o ego, para ouvir dizer: “aquele é fulano de tal, o imperador, o rei, o presidente, o governador, o prefeito... ah! E o vereador também”. Com o passar dos anos o dinheiro, que já fazia parte dessa disputa, venceu o poder pelas tabelas e assumiu o lugar de prêmio mais disputado nesta caçada.

As cifras

Mesmo sabendo as repostas, porém, ainda esperançoso, eu não me canso de perguntar por que se gasta tanto dinheiro numa disputa a um cargo de gestão pública. Mesmo que o mandato de um prefeito fosse de 20 anos, ainda assim ele não recuperaria o valor investido na campanha apenas com o salário que o cargo lhe oferece. “_ Ah! Mas o dinheiro gasto não é do candidato, é de doações de empresários para o partido”. Aí está a minha segunda pergunta: com a dificuldade de se manter uma empresa no Brasil, devido ao alto índice tributário e outras tantas dificuldades, porque um empresário sacaria da sua carteira milhares de reais e doaria para um partido? Seria pelo vício do jogo? Talvez estes empresários não conheçam o poker ou os cavalos. Existem jogos muito mais rentáveis e seguros do que a política. Ou não?

Os desesperados

Outra coisa que me intriga nas campanhas políticas são os desesperados. Aqueles candidatos que, infelizmente, só nos fazem rir ou que, notoriamente, não sabem o que fazem nesta gincana. Estes se dividem em dois grupos: os idiotas que criam personagem e se acham engraçados, e os leigos que resolvem tentar a sorte por falta de oportunidade melhor. Ambos, se por descuido eleitoreiro, forem eleitos, não saberiam o que fazer com o cargo e seriam facilmente manipulados pelos jogadores profissionais.

O resultado

O resultado deste jogo que se repete a cada dois anos é, sem dúvida, o atraso em que vivemos como sociedade. Atraso na educação, na saúde, na cultura, na infra-estrutura, na segurança e, principalmente, na impunidade da corrupção que assola a administração pública.

E eu, que não sou bobo, vou apostar no cavalo que gasta menos. Caso ele ganhe, além do prêmio ser maior, a divida com o tratador será bem menor.

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