segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Atendimento nosso de cada dia

Quem está satisfeito com o atendimento que recebemos nos variados serviços que usamos, ou dependemos, todos os dias? Eu, particularmente, não estou nada satisfeito. Em São Paulo, por exemplo, a capital de tudo no Brasil, sou mau atendido em quase todos os lugares que freqüento. Vejamos dois fatos:

Caso 1
Sábado, meio da tarde, resolvo ver um filme no cinema de um shopping da zona norte. Diferente do que eu esperava, não havia um movimento assustador. Após alguns minutinhos de fila eu chego até o guichê, digo um educado “boa tarde” e peço uma meia entrada para o filme que eu já havia escolhido muito antes de chegar até ali. Além de não retribuir ao cumprimento, a atendente imprimiu o ingresso para o filme errado e, após eu corrigi-la, achei que ela iria passar pelos furinhos do vidro e me atacar. Não tive tempo nem de dizer que o erro era dela, e que era ela quem estava na posição de prestadora de um serviço pago por mim.

Caso 2
Domingo, próximo ao meio-dia, quando percebo que me falta batata-palha para eu finalizar um estrogonofe em casa. Desço até a padaria, entro, cumprimento a atendente que me responde friamente com um sotaque arrastado. Pergunto se eles têm batata-palha. Ela me responde apontando com o dedo para uma gôndola, que para a minha surpresa, seu apontamento é voltado para uma lata de batata pringles. Talvez ela tenha acreditado que eu iria ralar cada batata daquela lata. Agradeci e já de saída eu vejo pacotes de batatas-palha muito próximo dos olhos de ambos. Peço, pago e vou-me embora intrigado.

A impressão que me passa ao enfrentar todos estes problemas de atendimento é que não estamos evoluindo como sociedade. De um lado, nós consumidores que não exigimos serviços de qualidade e, principalmente, atendimento cordial. Do outro, pessoas desinteressadas nos trabalhos que executam, pouco se importando se aquela é a única fonte de renda que tem. Pouco preocupadas em crescer.

As grandes cidades, inchadas de pessoas provindas de áreas miseráveis, ao chegar, mal falam por medo, mas imploram com expressões por trabalhos de mão de obra e atendimento. Ao se estabelecerem, se acham no direito de atender com mau humor, com rispidez, sem paciência e com pouquíssimo conhecimento ou boa vontade em sanar a necessidade ao qual o cliente está pedindo.

O pior é que se reclamamos para os proprietários ou patrões destas pessoas, teremos que conviver com a culpa de ter promovido a retirada da única fonte de renda daquela pessoa que, talvez, possa até passar por necessidades. A solução talvez seja pedirmos gentileza quando entrarmos em estabelecimentos comerciais.

_ Pois não senhor?
_ Boa tarde! Por favor, você tem educação?

2 comentários:

Fernanda Quandt disse...

hahaha! Adorei!

Anônimo disse...

Verdade, os serviços andam super ruins...