sábado, 19 de setembro de 2009

Eu só quero amoras...
Sabe aquelas pesquisas que você só ouve, vê ou lê os resultados? Os jornais divulgam números que, muitas vezes, nos surpreendem e dão conta de uma totalidade brasileira. Porém, nós nunca fomos entrevistados. Pelo menos eu não conheço ninguém que tenha respondido.

Esta semana eu pude comprovar que estas pesquisas não refletem tão bem a realidade. O nosso excelentíssimo Presidente da República, Luiz Inácio LULA da Silva veio a Curitiba para participar da solenidade de posse do primeiro juiz cego do Brasil. Calma!! Não se trata de um juiz qualquer de futebol. Mas sim de um magistrado de verdade. O Desembargador do TRT do Pr, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca. Se bem que eu ainda prefiro o doutor Ricardo apitando os jogos dos times paranaenses contra os paulistas e os cariocas. Mesmo cego ele seria mais justo.

Mas eu comentava que descobri a manipulação das pesquisas. Há tempos que vemos índices acima de 70% de satisfação do povo brasileiro para com o bom e velho companheiro Lula. Eu pergunto: um homem semi-analfabeto que chegou a Presidência da República e lá está por quase oito anos, e que, segundo as tais pesquisas, tem 70% de aprovação, poderia passar despercebido por algum brasileiro com mais de dez anos de idade?

Ao sair da cerimônia de posse do doutor Ricardo – após um discurso redundante que de bom só tinha a demonstração contrária ao preconceito contra pessoas com algum tipo de deficiência -, apenas uma dúzia funcionários dos correios aguardavam a passagem do ex-sindicalista e promotor de greves, Lula, para pedir R$ 300 de aumento no piso salarial. Nós, jornalistas, também aguardávamos na porta da garagem pra ver se algo acontecia. Até que um jovem roubou a cena e coroou a noite.

Havia uma grade de ferro colocada no início da calçada para evitar que as pessoas chegassem próximo ao popular e querido presidente. Uma grade de pouco mais de um metro de altura. Além de policiais militares ao longo de toda a extensão da, digamos, cerca. De repente um jovem, aparentemente com algum tipo de deficiência psicológica, resolveu subir na tal grade. Imediatamente os policiais o impediram. Teimoso, o rapaz tentou outras vezes, e era sempre empurrado para o lado de trás da grade. Até que os policias começaram a ficar irritados e acabaram por irritar, também, o pobre jovem, que começou então a gritar com os PM`s. “ME SOLTA! EU NEM SEI QUEM É ESSE TAL DE LULA. EU SÓ TO QUERENDO PEGAR AS AMORAS. EU SÓ QUERO PEGAR AMORAS!!!.”

O curioso é que ele não estava bêbado ou drogado. Tão pouco estava mentindo. Há na calçada da Rua Vicente Machado, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho, um belo pé de amoras. O garoto viu naquele momento uma oportunidade única de pegar as melhores amoras, aquelas que ficam bem no alto e que só poderiam ser alcançadas com a ajuda da grade da segurança do Presidente da República. Foram necessários cinco policiais para impedir que o garoto subisse na grade do presidente para colher as frutas. Mas que mal há em pegar algumas amoras?

Como diz o Luiz Megale nas tardes de sábado da rádio BandNews FM: "É Brasil que não acaba mais..."

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Preso de confiança?

Já que eu voltei vou dividir com vocês a minha completa indignação com a segurança pública no meu estado, o Paraná. A situação das nossas delegacias é simplesmente RIDÍCULA. Celas superlotadas e fugas são constantes. E pior; somos frequentemente motivo de piadas.

Um delegado de Ivaiporã, região norte do estado, fez um acordo com os presos. Para “aliviar” a superlotação da delegacia, que tem capacidade para 50 presos e mantém sob custódia 125 “sujeitos”, o delegado deixa as celas abertas para que os presos se espalhem pelos corredores. A condição era simples: eles não podiam fugir.

Durante um ano o acordo foi respeitado. Porém, nos últimos dias os presos se tocaram que eles são criminosos. E criminosos não respeitam acordos com a lei. Então começaram as fugas. Na primeira leva foram três. Só para testar o acordo. Como a fuga não deu em nada e acordo continuou, no último fim de semana, a debandada foi maior. 14 bandidos renderam um preso de confiança no momento em que ele levava pães para as celas, e saíram tranquilamente pela porta da frente. Opa! Pera lá! Preso de confiança?

Se eu parasse de contar aqui já seria uma notícia que ridiculariza a atual gestão da segurança pública no estado. Mas o pior ainda está por vir.

Como eu estava de plantão na rádio neste domingo, entrei em contato com a delegacia de Ivaiporã para saber mais detalhes da fuga, e possíveis recapturas. Para minha surpresa, eis que atendeu a ligação o tal preso de confiança. E bota confiança nisso heim. Acredito que o preso deva até buscar os filhos do delegado na escola. Aliás, se o preso atende ao telefone, imagino que ele, também, deva efetuar ligações quando bem entender. Afinal, pra quê se arriscar tentando entrar com celular na cadeia se basta ser preso de confiança pra ligar do telefone fixo, da mesa do delegado, e melhor, por conta do povo.

Eu fico me perguntando o quê ainda mantém o senhor Luiz Fernando Delazari à frente da Secretaria Estadual de Segurança. O quê ele tem de tão especial que o senhor Roberto Requião, governador do estado, não mexe nesta pasta. Duas opções: os lindos olhos ou o rabo preso.

Por muito menos, um confronto entre policias militares com arruaceiros sem terra no interior do Rio Grande do Sul, o comandante da PM e o Secretário de Segurança daquele estado foram imediatamente substituídos. Mas aqui no Paraná não. Aqui vale a lei da arrogância. Vale a falácia do governador na tal “escolinha de governo” toda terça-feira na tv educativa. Enquanto eles ficam pintando e fazendo bonecos com massinha na escolinha, o povo balança a cabeça com o nariz torcido a cada situação ridícula que temos que engolir.
Voltei!

Como diz a música: “estive fora uns dias”. O jornalismo toma muito tempo e, infelizmente, a divisão desse tempo não é justa. A maior parte dele vai sempre para os nossos empregadores. No meu caso, a rede Band News FM. Que, aliás, me fez trabalhar em todo o feriado da independência.